Na manhã desta segunda-feira (22), a Polícia Civil de Roraima deflagrou uma operação que tem como alvo quatro policiais militares suspeitos de torturar, roubar e sequestrar garimpeiros em Boa Vista. A ação cumpriu quatro mandados de prisão e três de busca e apreensão.
Suspeitos Identificados
Os mandados de prisão foram emitidos contra Arnaldo Cinsinho Melville, sargento da PM já preso desde abril por simular confrontos policiais para executar pessoas, e os soldados Aldiney Carneiro Tejo, Welisson Mesquita de Souza e Tomi Marlei Lopes Souza. Eles são acusados de criar falsos cenários de confronto para roubar dinheiro, ouro e cassiterita de garimpeiros ilegais.
Grupo de Extermínio
As investigações revelaram a existência de um grupo de extermínio formado por policiais militares. Em nota, a Polícia Militar afirmou estar colaborando com as investigações e assegurou que todas as providências estão sendo tomadas para esclarecer os fatos, garantindo o direito de defesa dos envolvidos.
Defesa dos Acusados
A defesa de Tomi Marlei declarou que aguarda acesso às provas que fundamentaram a prisão, classificando-a como precipitada e induzindo o judiciário ao erro. A defesa pretende pedir a nulidade da prisão e responsabilização dos que a decretaram. A reportagem ainda busca contato com os advogados dos outros policiais.
Vítimas dos Crimes
Uma das vítimas dos policiais investigados foi um motorista assassinado em março enquanto transportava cassiterita. A polícia suspeita que a morte foi forjada para encobrir o roubo.
Investigações em Andamento
Esta operação é uma continuação das ações que, em abril, prenderam o sargento Arnaldo Cinsinho Melville e os soldados Lucas Araruna e André Galúcio por suspeita de integrar uma milícia e grupo de extermínio. O Ministério Público estima que ao menos 100 policiais militares de Roraima estão sob investigação por envolvimento com milícia, pistolagem e garimpo ilegal.
Histórico das Investigações
As investigações começaram em 2021 com a prisão do ex-policial militar Gilson Viana, suspeito de matar ao menos 12 pessoas. A situação se intensificou após a morte do soldado Ismael Palmeira da Silva durante um roubo de avião em uma área de garimpo ilegal na Terra Yanomami.
