Homem é preso no DF após fingir ser policial civil para ameaçar vítimas de agiotagem

James Anderson
By James Anderson

Um caso grave de falsidade ideológica e extorsão foi registrado pela Polícia Civil do Distrito Federal, após a prisão de um homem que fingia ser policial civil para aplicar golpes em vítimas que contraíam empréstimos com juros abusivos. O falso policial foi localizado e preso em flagrante na região de Planaltina de Goiás, no entorno do Distrito Federal. Durante a operação, os agentes encontraram diversos itens usados para simular a identidade funcional de um agente da lei, incluindo arma falsa, uniforme com insígnias policiais e munições reais. A prisão em flagrante foi convertida pela Justiça em prisão preventiva.

O homem de 40 anos vinha praticando agiotagem de forma organizada, oferecendo dinheiro a juros altíssimos e, posteriormente, ameaçando os devedores com vídeos nos quais aparecia fardado, armado e simulando autoridade policial. A investigação da Polícia Civil do DF revelou que pelo menos vinte pessoas procuraram a delegacia para relatar os abusos, todas demonstrando medo diante das ameaças e da possibilidade de represálias. A prisão ocorreu na última sexta-feira, após autorização judicial, e o suspeito se recusou a abrir a porta de casa, obrigando os policiais a arrombá-la.

A Polícia Civil apreendeu uma vasta quantidade de materiais usados pelo homem para sustentar sua farsa de policial civil. Foram recolhidas armas falsas, munições de calibre 38, uma camisa preta com o nome da 16ª Delegacia de Polícia e uma identidade funcional forjada. Também foram encontrados cadernos com anotações detalhadas dos empréstimos, nomes dos devedores, valores e prazos. O material evidencia a estrutura do esquema de agiotagem que era sustentado pelo medo e pela intimidação das vítimas.

O homem preso por se passar por policial civil utilizava contas bancárias em nome da companheira para receber os pagamentos dos empréstimos. Durante o depoimento, a mulher confirmou que os dados estavam em seu nome, mas afirmou que o controle e a operação eram de responsabilidade exclusiva do companheiro. A investigação ainda está em andamento e busca identificar se há outras vítimas que não formalizaram denúncia por medo ou por não conhecerem seus direitos.

A operação da Polícia Civil, batizada de Fake Cop, revelou o nível de ousadia e frieza do homem preso por se passar por policial civil. As imagens dos vídeos em que ele aparece armado, intimidando os devedores, impressionaram até os investigadores mais experientes. Segundo o delegado responsável pelo caso, Gilberto Barcelos, a aparência de autoridade criada pelo suspeito era tão convincente que muitos se sentiam completamente reféns da situação. A presença de munições verdadeiras entre os objetos apreendidos aumenta a gravidade do caso.

O homem preso por se passar por policial civil responderá pelos crimes de extorsão, agiotagem e posse irregular de munição. As penas somadas podem ultrapassar dez anos de reclusão, além das sanções administrativas que poderão ser aplicadas à companheira, caso se comprove conivência. As autoridades destacaram a importância da colaboração da população para identificar crimes semelhantes e encorajaram outras possíveis vítimas a procurarem a delegacia para registrar denúncia.

O caso do homem preso por se passar por policial civil acende um alerta sobre os perigos de estelionatários que utilizam símbolos e aparências do Estado para cometer crimes. O uso de uniformes falsos e documentos fraudulentos para intimidar cidadãos é uma prática criminosa e que precisa ser combatida com firmeza. A atuação rápida da Polícia Civil e a conversão da prisão em preventiva demonstram o entendimento do Judiciário sobre a gravidade da situação.

As investigações continuam e a expectativa é de que outras vítimas apareçam com o avanço das diligências. O homem preso por se passar por policial civil transformou o medo em ferramenta de coerção e enriquecimento ilícito. O caso expõe como o uso indevido de insígnias do poder público pode ser danoso à sociedade e à própria imagem das instituições. A Polícia Civil reforça que qualquer abordagem suspeita deve ser denunciada imediatamente e que nenhum agente tem o direito de exigir pagamento ou aplicar ameaças.

Autor: James Anderson

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