Em maio de 2025, uma nova análise sobre a segurança pública no Brasil revelou uma redução significativa nas taxas de homicídios, marcando o menor índice registrado em 11 anos. O número de assassinatos em 2023 foi de 45.474, o que representa uma diminuição de 20,3% em comparação aos dados de uma década atrás. Esse declínio é um reflexo de políticas públicas de segurança mais eficazes, além do trabalho conjunto entre diferentes esferas de governo e a evolução de estratégias de policiamento. Apesar dessa conquista importante, a sensação de insegurança persiste, principalmente em estados e regiões específicas do país, desafiando o governo e a sociedade a continuar combatendo o crime de forma robusta.
A diminuição do número de homicídios pode ser atribuída a uma série de fatores. Entre os principais estão o fortalecimento das polícias militares e civis, o avanço de tecnologias de monitoramento e a implementação de programas de segurança pública como o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que favorece a integração entre as forças de segurança em diferentes níveis. Além disso, houve um aumento nos investimentos em programas sociais voltados para a prevenção da violência, com foco em áreas de risco. Essas iniciativas, somadas ao maior envolvimento das comunidades no combate ao crime, são apontadas como fundamentais para essa queda no número de homicídios.
Contudo, a redução nacional não reflete a realidade de todos os estados. Um exemplo claro disso é o Amapá, que registrou um aumento alarmante de 42% nos homicídios, contrariando a tendência nacional de queda. Esse aumento em algumas regiões evidencia a disparidade nos índices de violência entre os estados e a necessidade de um modelo de segurança pública mais adaptado às peculiaridades locais. A situação de insegurança, ainda que em níveis mais baixos em termos nacionais, continua sendo uma das principais preocupações da população brasileira, refletindo-se diretamente na percepção pública.
Em muitas capitais, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas, a sensação de insegurança ainda é alta, apesar dos dados positivos sobre homicídios. A presença de facções criminosas, o tráfico de drogas e a violência urbana continuam a ser desafios significativos. Além disso, em algumas regiões mais remotas, o controle do território por grupos armados e a falta de presença do Estado são fatores que contribuem para o aumento da criminalidade. Nesse cenário, a sensação de insegurança é exacerbada pela mídia, que constantemente destaca episódios violentos, criando um impacto psicológico sobre a população, independentemente da diminuição global nos números de homicídios.
Esse cenário reflete a complexidade da questão da segurança pública no Brasil, onde a redução dos homicídios não necessariamente significa o fim dos problemas de violência. As estatísticas podem apresentar uma melhoria, mas a insegurança continua sendo um fator presente no cotidiano de muitos brasileiros. Em muitas regiões do país, a presença do crime organizado e a vulnerabilidade de algumas populações mais pobres tornam as políticas de segurança pública uma tarefa complexa e multifacetada.
A insegurança também afeta diretamente a imagem do governo federal, especialmente do presidente Lula. A popularidade de seu governo tem sido impactada pela percepção de que, apesar dos avanços em algumas áreas, ainda há um grande trabalho a ser feito na segurança pública. A pressão por resultados mais concretos é crescente, principalmente em estados com taxas mais altas de violência. O governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, está trabalhando para aprimorar o Sistema Único de Segurança Pública, mas a implementação de mudanças estruturais e a garantia de um policiamento eficiente em todas as regiões continuam a ser desafios constantes.
A redução nos homicídios, por mais positiva que seja, não deve ser vista como um sinal de que a violência no Brasil está sob controle. Pelo contrário, ela é apenas um passo dentro de um processo mais longo de reforma e implementação de estratégias para garantir a paz e a segurança para todos os cidadãos. A gestão da segurança pública no Brasil exige uma abordagem multidisciplinar, que envolva não apenas a repressão ao crime, mas também políticas preventivas, educação, e o fortalecimento da confiança da população nas instituições de segurança.
A falta de segurança afeta diretamente o desenvolvimento social e econômico do país, criando um ciclo vicioso que dificulta o avanço de várias áreas. Assim, a redução nos índices de homicídios deve ser encarada como uma vitória, mas também como um indicativo de que os esforços precisam ser redobrados para que todos os brasileiros possam viver sem medo. O governo e a sociedade devem continuar a trabalhar juntos para encontrar soluções eficazes e sustentáveis, garantindo que os avanços na redução da violência não sejam temporários, mas permanentes.
Além disso, a melhoria nas taxas de homicídios também pode ser vista como uma oportunidade para ampliar o debate sobre políticas públicas mais inclusivas e eficazes, que se concentrem não apenas em aspectos de segurança, mas também em fatores como emprego, educação e saúde, que têm um impacto direto na redução da violência de longo prazo. A experiência dos últimos anos mostra que a segurança pública precisa de uma abordagem holística, que envolva todos os níveis de governo e a sociedade civil.
Autor: James Anderson